O Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL) e o escritório Arte Dos Gráfico desenvolveram o livro “Territórios”, a partir da colaboração dos artistas Marcelo Brodsky, da Argentina, e Fernando Bryce, do Peru. A obra resgata a vida e o trabalho de dez ativistas assassinados na América Latina que lutaram em defesa dos direitos humanos; dos direitos ao território e ao meio ambiente; à justiça; à memória e à verdade; a uma vida livre de violência e pela democracia.

Essa iniciativa destaca os riscos enfrentados pelas pessoas defensoras de direitos humanos nas Américas e gera diálogos e ações concretas para a sua proteção. Conforme evidenciado em diversas pesquisas, a América Latina é a região mais perigosa do mundo para pessoas defensoras de direitos humanos. Ao mesmo tempo, grande parte das conquistas democráticas na região foram construídas e alcançadas a partir da mobilização e da enorme dedicação de defensores e defensoras às suas comunidades e aos seus territórios. Dez dessas histórias são retratadas na obra de Brodsky e Bryce. 

A peça inicial, que deu origem à obra, é resultado da residência dos renomados artistas no El Espacio 23, espaço de arte contemporânea que abriga a coleção Jorge M. Pérez, em Miami, nos Estados Unidos, em junho de 2022. O CEJIL participou de intercâmbios com os artistas sobre alguns casos relevantes para incorporar à obra, como os de Marielle Franco, do Brasil; Berta Cáceres, de Honduras; Hugo Torres, da Nicarágua, Myrna Mack, da Guatemala, e Marisela Escobedo, do México, (representados pelo CEJIL). Os outros casos encontrados na peça são os de Jesusita “Tuta” Moreno, da Colômbia, assassinada durante o processo de criação da peça; Edwin Chota, líder Asháninka, do Peru; Camilo Catrillanca, ativista Mapuche chileno; Chico Mendes, do Brasil, a primeira pessoa a ser assassinada em defesa da Amazônia; e Jorge Julio López, da Argentina, testemunha nos julgamentos de terrorismo de Estado, assassinado logo após prestar depoimento.